Um diario, tentando expressar sensacoes, pensamentos. Sentimentos tentando ser traduzidos. Textos, vida, diário, poesia. Um pouco de mim.
Dia 01 de Dezembro é o Dia Mundial do Combate ao Sida – ou Aids no Brasil – e, como não poderia deixar de ser, os estudantes da EPF caíram na estrada com cartazes e músicas para a conscientização e esclarecimentos de dúvidas para a povoação da vila do Ramiro.
No dia anterior, dei uma aula sobre a Sida, os números no mundo e em especial na África Sub-saariana e as suas consequências dentro da comunidade. É claro, também repassei métodos de prevenção e de transmissão. Distribui camisinhas femininas e masculinas entre os alunos (eu arrecadei nos Estados Unidos quando fui fazer o meu teste de HIV) para a ação que ocorreria no dia seguinte. Eles foram responsáveis pela distribuição dessas camisinhas para a comunidade, além de alguns panfletos.
Foi divertido, fomos andando os 4 quilometros que nos separam da vila, cantando músicas sobre a Sida. Alguns motoristas paravam, conversávamos com eles.
As crianças corriam ao nosso lado, curiosas e as mulheres e homens pediam camisinhas e faziam algumas perguntas.
A Sida é um problema crescente na África, principalmente na parte Sub-saariana onde os níveis se elevam a cada dia. Do total de 40 milhões de pessoas infectadas no mundo, 25 milhões se encontram nessa área da África. Além disso, estima-se que a África tenha 12 milhões de órfãos por causa da doença. Essas crianças acabam sendo excluídas da comunidade devido a discriminação e ao medo que as famílias têm por causa da doença.
As mulheres somam um total de 46% dos portadores a nível mundial, mas na África Sub-saariana essa porcentagem é de 57%.
Alguns exemplos de países da África Sub-Saariana com as suas respectivas taxas de prevalência do Sida:
Botsuana (37%), Lesoto (29%), Malawi (14%), Moçambique (12%), Namíbia (21%), Zimbabué (24%), Zâmbia (16%), Suazilândia (39%), África do Sul (21%).
Angola tem uma prevalência de 3,9%, mas essa taxa não é confiável, pois ainda falta um método mais eficaz na coleta de informações. Essa taxa foi obtida através de uma amostra de mulheres grávidas que tiveram acesso a algum posto ou centro de saúde no pré-natal. Estima-se que a taxa gire entre 6 e 10%.
E para mim, o dado mais alarmante é que os jovens (entre 5 aos 24 anos) representam metade de todas as novas infecções, ou seja, uma média de 6.000 novos infectados por dia ou 5 jovens a cada minuto!
É um problema de todos!